Síndromas paraneoplásicas
21:17 | Author: Anónimo
As síndromas paraneoplásicas são um conjunto de sintomas provocados não pelo tumor em si, mas pelos produtos derivados do cancro. Como já foi referido anteriormente alguns tipos de cancro podem produzir determinadas substâncias como hormonas, citocinas e proteínas que afectam a função de outros tecidos e órgãos.


Ainda não é totalmente conhecido o modo como os cancros afectam sítios distantes do corpo. Enquanto que alguns libertam determinadas substâncias no sangue o que causa uma reacção auto-imune (que por sua vez provoca a lesão de tecidos distantes), outros produzem substâncias que interferem de forma directa na função de vários órgãos ou destroem os seus tecidos. Podem ainda aparecer sintomas como a diminuição do nível de açúcar no sangue, diarreia e hipertensão. Estes síndromas podem também afectar o sistema nervoso. Embora alguns dos sintomas possam ser tratados directamente, a terapia de um síndroma paraneoplásico requer frequentemente o controlo do cancro subjacente. Por vezes os problemas causados pelo cancro são tão graves que necessitam de ser tratados de forma urgente.

Entre as várias urgências ou problemas causados pelo cancro destacam-se o tamponamento cardíaco, o derrame pleural, o síndrome da veia cava superior, o síndrome de compressão da espinal-medula e o síndrome hipercalcémico.
O tamponamento cardíaco resulta da acumulação de líquido no pericárdio, o que exerce pressão sobre o coração e impede o correcto bombeamento do sangue. A acumulação do líquido deve-se à invasão do pericárdio pelo cancro, que provoca uma irritação no mesmo. Os cancros que invadem com maior frequência o pericárdio são o do pulmão e o da mama.Este tamponamento ocorre de forma repentina quando o líquido acumulado impede o coração de bater normalmente. Antes do início do mesmo o doente sente (geralmente) uma vaga dor ou pressão no peito que piora quando se deita e melhora quando se senta. Assim que o tamponamento se desencadeia, o doente tem grande dificuldade em respirar e as veias do pescoço dilatam-se durante a inspiração. O tamponamento cardíaco pode ser diagnosticado através de radiografias ao tórax, electrocardiogramas e ecocardiogramas. Após o diagnostico e com o intuito de aliviar a pressão provocada pelo líquido acumulado o médico insere uma agulha no saco pericárdio extraindo o mesmo com uma seringa (pericardiocentese). Em seguida uma amostra do líquido retirado é examinada com o objectivo de determinar a presença ou ausência de células cancerosas no mesmo. Posteriormente, realiza-se uma incisão no pericárdio ou retira-se um fragmento do mesmo de modo a evitar que se repita o tamponamento. Os tratamentos adicionais dependem do tipo de cancro.






O derrame pleural pode causar dificuldade respiratória. O líquido acumulado no saco pleural pode advir de vários problemas/doenças como por exemplo o cancro. Para resolver este problema o médico drena o líquido, utilizando para tal uma seringa que insere entre as costelas até ao saco pleural. Se após este procedimento o líquido voltar a se acumular rapidamente insere-se um tubo de drenagem que fica no saco pleural até que as condições clínicas do doente melhorem.








A síndrome da veia cava superior ocorre quando o cancro bloqueia de modo parcial ou completo a veia cava superior. Este bloqueio produz a dilatação das veias da parte superior do tórax e pescoço, provocando edemas na cara, no pescoço e na parte superior do peito.




A síndrome de compressão da espinal medula ocorre quando o cancro comprime esta ou os seus nervos, provocando dor e perda de funcionamento. Quanto mais prolongado for o défice neurológico, menor é a probabilidades do doente recuperar as suas funções nervosas normais. Em geral, o mais indicado é começar o tratamento entre as 12 e as 24 horas depois do aparecimento dos sintomas, mas por vezes, quando não se conhece a causa da compressão da espinal medula, a cirurgia é uma alternativa que ajudar a determinar de forma mais precisa o diagnóstico e a tratar o problema (permite ao cirurgião descomprimir a espinal medula).







A síndrome hipercalcémica verifica-se quando o cancro produz uma hormona que aumenta a concentração de cálcio no sangue ou invade directamente os ossos. O doente apresenta um estado de confusão que pode evoluir para o coma e causar a morte. É de referir que existem diversos medicamentos que podem reduzir rapidamente a quantidade de cálcio no sangue.
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